Desigualdades vistas do espaço
Árvores embelezam a paisagem, ajudam a controlar o calor, diminuem a poluição e alguns defendem que são um instrumento contra o estresse. Mas nem todos aproveitam o verde da mesma forma em uma cidade.
Um estudo feito nos Estados Unidos há alguns anos contabilizou o total de árvores existentes em mais de 200 cidades norte-americanas. A conclusão foi que a cada aumento de 1% na renda per capita de uma região, a demanda por cobertura de árvores crescia em proporção maior, 1,76%. Se um bairro ou cidade região empobrecia 1%, a demanda caía 1,26%.
Embora não haja estudos semelhantes no Brasil, dados divulgados recentemente pelo IBGE mostram que o país vai na mesma direção. Cerca de 43% das moradias brasileiras com renda per capita mensal de um quarto do salário mínimo não têm uma árvore sequer por perto. Se a renda se eleva para dois salários mínimos por pessoa, o índice cai para 21,5%.
A razão para isso está nas esferas pública e privada. “A pessoa mais simples mora em área que obedece ao mínimo constitucional para ela viver. Não há espaço. Além disso, o governo gasta menos nessas áreas”, afirma o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, Cláudio Villar Queiroz.
No Brasil, muitos dos bairros com poucas árvores foram também ocupados desordenadamente.
Veja as fotos do Google Earth e comprove o que os números mostram.
Localização: Rio de Janeiro (RJ), Ipanema, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas
Preço do m²: R$ 16 a 18 mil
Localização: Rio de Janeiro (RJ), Favela da Rocinha, próximo à Estrada da Gávea
Preço do m²: não contabilizada
Localização: Belo Horizonte (MG), Lourdes, próximo à Avenida Álvares Cabral com Bias Fortes
Preço do m²: R$ 6,5 a 8 mil
Localização: Belo Horizonte (MG),Carlos Prates,próximo à Avenida Dom Pedro II
Preço do m²: R$ 2,5 a 3 mil
Fonte: FIPE, Exame e Google Earth